2º Dia Nacional em defesa da educação em João Pessoa leva às ruas mais de 30 mil pessoas
Após a reação agressiva do presidente Bolsonaro às manifestações realizadas no último dia 15, primeiro grande ato nacional de protesto contra a retirada de recursos das universidades e institutos federais, chamando os estudantes de idiotas inúteis que são usados como massa de manobra, a União Nacional dos Estudantes imediatamente saiu na defesa da categoria e cuidou logo de anunciar para este 30 de maio mais um Dia Nacional de Mobilização em defesa da educação e contra a reforma da previdência, prometendo que desta vez o movimento seria maior. Com certeza em João Pessoa, a promessa foi cumprida.
No 30M, mais de trinta mil pessoas entre estudantes, pais de alunos, técnico-administrativos, professores da UFPB, do IFPB, das escolas da rede pública e privada, sindicalistas e a população no geral ocuparam a área externa do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes-CCHLA desde as 15:00 horas e saíram em caminhada em direção à Praça da Paz, paralisando o trânsito do contorno da Cidade Universitária, da via expressa Padre Zé até a avenida principal que dá acesso ao Conjunto dos Bancários, durante cerca de duas horas.
Com cartazes, faixas tipo ‘Tira a mão da educação’ e puxando palavras de ordem como “Nossa luta é todo dia, educação não é mercadoria”, ‘agora, lugar de estudante é na rua junto com trabalhador”, a juventude deu o toque especial e conseguiu unificar com os trabalhadores o discurso contra a reforma da previdência e já prometeram que no dia 14 de junho, data da greve geral da classe trabalhadora a manifestação será bem maior.
O encerramento do 2º Dia Nacional em defesa da Educação e contra a reforma da previdência, na capital paraibana, foi marcado por um show com artistas da terra no teatro de arena da Praça da Paz, onde estava acontecendo também uma exposição de pesquisas realizadas pela UFPB e IFPB, através do Projeto “Universidade na Praça’.
Na avaliação das entidades organizadoras a exemplo do SINTESPB, ADUFPB, SINTEF e DCE, o ato foi um sucesso e correspondeu ao trabalho de mobilização realizado. “O 30M é uma amostra do que será a greve geral, os protestos em todo o país nestes dois dias de maio já sinalizam para o sucesso do 14 de junho, que vai ser bem maior”, disse a presidente do SINTESPB, Garalda Victor.
Para o presidente da CUT-PB, Paulo Marcelo, as manifestações do 30M em todo país demonstram o descontentamento da população brasileira contra esse projeto que está sendo imposto pelo Governo Bolsonaro. “As pessoas que foram às ruas hoje estavam protestando contra os cortes de recursos para a educação, mas também contra a reforma da previdência, que acaba com a chance da aposentadoria principalmente para os jovens, portanto é claro que já dá pra sentir que a greve geral que as centrais sindicais estão construindo contra as medidas de retirada de direitos será respaldada pela maioria da população”, revelou.