NOTA PÚBLICA EM CONJUNTO DA ADUFPB E SINTESPB
O SINTESPB e a ADUFPB vêm a público repudiar os atos de desrespeito e autoritarismo do reitor-interventor Profº Valdiney Gouveia na última reunião ordinária do Conselho Universitário da UFPB – CONSUNI, realizada na quinta-feira (16) e na manhã da sexta (17).
Durante a reunião, foi solicitada pelo Profº Roberto Rondon – pedido reforçado por vários conselheiros – a inclusão na pauta do processo encaminhado pelo Fórum das Comissões de Biossegurança e apreciação da minuta de portaria da Comissão institucional incumbida de definir a política de retorno das atividades presenciais na UFPB. O processo indicia a falta de condições para o retorno às atividades presenciais na Universidade, realidade totalmente ignorada pela Reitoria quando da publicação da Portaria nº 1.179/GR/UFPB, de 17 de novembro de 2021.
Além de oferecer resistência à inclusão do processo na pauta – decisão cuja aprovação depende da plenária do CONSUNI, e não do seu Presidente. Durante o debate, a reunião foi marcada por posturas arrogantes por parte do Professor Valdiney e seus aliados, desqualificando e interrompendo repetidas vezes, principalmente as falas das conselheiras mulheres, a exemplo da atitude do interventor durante a fala da Profa. Anne Augusta – conselheira representante do CCJ – quando o mesmo chegou a questionar se ela iria “falar a manhã inteira”. As recorrentes atitudes desrespeitosas do interventor com relação ao Conselho Universitário incluem autoritarismo, desrespeito e gestos inaceitáveis de machismo institucional.
Na manhã do dia 17, após 15 minutos do horário marcado para o início, a Reitoria deu por encerrada a reunião, reivindicando o artigo 17 do Regimento da SODS, ao que parece, fato inédito na história do órgão um reitor solicitar quórum para impedir a continuidade do debate. Contudo, em outras reuniões recentes, este tempo de tolerância foi maior e, em momentos com menor quórum, a presidência tentava mobilizar conselheiros (as) para recompor o quórum. Isso demonstra um padrão duplo de condução do CONSUNI: condução flexível quando a pauta é de interesse da gestão e um padrão rígido (fortemente defendido pela Procuradoria Jurídica) quando não é de seu interesse.
Essas práticas autoritárias têm sido reforçadas na UFPB desde a nomeação, pelo Governo Bolsonaro, do professor Valdiney Gouveia, candidato que não obteve nenhum voto nos três Conselhos Superiores da universidade e foi o último colocado na consulta à comunidade acadêmica, onde obteve apenas 5% dos votos. Também têm sido atacados duramente os sindicatos e o DCE, que correm risco de despejo das dependências do campus, mediante cobrança injustificada de um valor absurdo de aluguel; perseguição que se manifesta ainda em relação ao direito de liberdade de expressão dessas entidades representativas das categorias docente, discente e técnico-administrativa.
Desde novembro de 2020, estamos unidos em resistência a essa gestão intervencionista, totalmente alinhada e dependente do governo Bolsonaro. Através de ocupação e atos públicos dentro e fora da universidade, temos mostrado nossa indignação à população, além de termos adotado medidas jurídicas com vistas à destituição do fantoche de Bolsonaro da função de Reitor. O CONSUNI, nesse contexto, tem estado na linha de frente do combate às medidas arbitrárias, autoritárias e negacionistas adotadas pela atual Reitoria.
Prestamos aqui nossa solidariedade aos conselheiros do CONSUNI, em especial às mulheres conselheiras, que têm resistido com muita força à postura autoritária da administração intervencionista e da Procuradoria da UFPB perante o conselho, ao tempo em que reafirmamos nossa disposição para a luta junto à comunidade universitária contra a intervenção.
Fora Valdiney!
Fora Bolsonaro Genocida!
Não à intervenção nas universidades!
João Pessoa, 22 de dezembro de 2021
ADUFPB – Sintespb