SINTESPB promove discussão sobre desafios dos trabalhadores diante a perda de direitos:
Cientista político aponta a luta como enfrentamento à onda conservadora.
O Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba-SINTESPB realizou na última sexta-feira, das 09:30 às 16:00 horas, no auditório de sua entidade, a reunião estadual de sua diretoria e secretarias sindicais, que discutiu e deliberou agendas importantes a serem encaminhadas até o final do ano.
Na parte da manhã, a categoria foi convidada e esteve presente participando da palestra ‘Os desafios dos trabalhadores diante da política de ajuste fiscal e retirada de direitos’, tendo como ministrante o cientista político e professor da UFPB, José Artigas, que deu início aos trabalhos fazendo uma análise de conjuntura sobre a crise econômica internacional que se instalou na América Latina, trazendo malefício à política e aos Governos democrático-populares, com maior repercussão no Brasil, através da concretização do golpe e da saída da presidenta Dilma Roussef.
Na segunda parte da sua fala, ele fez uma análise do resultado das eleições municipais que referendou o golpe e deu vitória aos partidos e forças conservadoras e de direitas, derrotando todos os partidos de esquerda, em especial o PT. “Nem o PSOL conseguiu um crescimento que fosse significativo, apesar de algumas conquistas importantes, como ir ao segundo turno no Rio”.
O professor Artigas acrescenta que o Partido dos Trabalhadores teve uma retração de mais de 30 anos. “Os votos obtidos pelo PT nas urnas se comparam aos registrados em 1982”, explicou. Para o cientista político, essa eleição significou a derrota de todas as forças progressistas e dos movimentos sociais, que vai trazer a destruição do Estado social, único instrumento que pode fazer distribuição de renda e contribuir para que haja justiça social.
José Artigas disse que o desmonte do Estado brasileiro já teve início com a aprovação do projeto de lei que desobriga a Petrobras de ser a operadora de todos os blocos de exploração do pré-sal no regime de partilha de produção (PL 4567). “E vem mais coisa ruim por aí, concurso publico não tem mais, a PEC 241 representa o maior golpe aos direitos sociais como nunca visto neste país, o projeto de reforma da previdência vai acabar com os direitos adquiridos dos trabalhadores e os programas sociais do Governo Lula/Dilma podem ser até mantidos, mas para beneficiar os ricos e não os pobres”, desabafou.
Para enfrentar todos esses desafios, o professor Artigas só vislumbra uma alternativa para a classe trabalhadora: intensificar a luta .
A parte da tarde foi dedicada à apresentação de propostas, calendário de atividades e deliberações. Entre elas destacam-se a participação na 3ª Jornada de Debates do setor público sobre o ajuste fiscal e os desafios dos trabalhadores, no dia 19 deste mês, às 09:00 horas, na sede da CUT PB, promovido pelo DIEESE e centrais sindicais; unificar a luta contra a PEC 241 e a retirada de direitos, bem como contra os cortes no orçamento para as universidades; construir uma assembléia universitária, reunindo também professores e estudantes para o encaminhamento de ações conjuntas entre UFPB, UFCG e UEPB, continuar a luta dos servidores da UEPB pelo reajuste salarial, respeito ao Plano de Carreira e orçamento para o funcionamento da universidade; mobilizar a base da categoria de João Pessoa e das secretarias sindicais para participar da audiência pública sobre a reforma da previdência e definir a composição de estudos preparatórios para a reforma estatutária do SINTESPB, com a participação das secretarias sindicais adjuntas.